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«Portugal foi conduzido e afundado num terrível inverno de má memória»

«Portugal foi conduzido e afundado num terrível inverno de má memória»

05 de Maio de 2015

Longos anos de governação do Partido socialista remeteram o nosso país para um estado lastimoso e lamentável. Coincidências? 
Não se tratou da primeira vez; não aconteceu também pela segunda vez. Foi a terceira vez que o país foi conduzido a uma situação de inevitabilidade de recurso a financiamento externo a troco de um bom pedaço da nossa soberania.

A soberania que condicionou a livre escolha que limitou a disponibilidade de decisão ao longo dos últimos quatro anos. Este período em que o país foi mergulhado em 2011, depois de longos meses de recusa de assunção de responsabilidades por parte do governo liderado por José Sócrates, deixou marcas profundas na vida dos portugueses. Porventura, alguém poderia entender que um país que se reduz à assinatura de um Programa de Assistência não sofreria de consequências, não sofreria de um período de limitação das disponibilidades financeiras e de complementos sociais?

A grande credibilização do país, visível internamente e reconhecida internacionalmente, permitiu uma recuperação que só foi possível, graças à capacidade do governo, dos partidos que o apoiam e, sobretudo, resultado da capacidade dos portugueses e de todo um país. Esta recuperação do país, comprovável pela descida constante da taxa de desemprego, do crescimento da economia, do superávit na balança de pagamentos não é seguramente devida ao comportamento dos partidos da oposição; antes pelo contrário, o Partido socialista, exactamente aquele que maior e piores responsabilidades tem no estado em que conduziu o país foi o primeiro partido político a assobiar para o lado e a alijar responsabilidades como se não as tivesse e, por outro lado, como se a recuperação do país fosse matéria que não seria do seu interesse. Aliás, o Partido socialista, ao longo destes difíceis anos, foi sempre a voz agoirenta e de mau desejo, quando pretendia prevenir e assustar o país para a iminência de um terceiro resgate, para a tempestade de uma espiral recessiva ou, afinal, para a inutilidade e falhanço das políticas seguidas, as mesmas que fundamentalmente o mesmo Partido socialista havia negociado e assumido com a troika de resgate.

Agora, terminado o inverno em que nos mergulharam, são os mesmos que provocaram esta tempestade perfeita, os mesmos que negaram qualquer responsabilidade, os mesmos que se desinteressaram por toda e qualquer solução, os mesmos que desejaram os maiores insucessos ao país, os mesmos que sentenciaram o fracasso de todo um conjunto de medidas, são os mesmos que, agora, se apresentam ligeiros e disponíveis para assumirem as rédeas da governação da nação. Será que esta dita alternativa que comprovadamente não reuniu nem reúne condições de credibilidade e de responsabilidade merece a confiança dos portugueses para um novo exercício de governação?

Acredito que o povo português é sábio. Assim, o tem demonstrado ao longo da nossa longa história.

Miguel Santos 
Diretor do Povo Livre

Edição Especial do Povo Livre de 6 de Maio de 2015