Juntando-se às comemorações dos 40 anos da Assembleia Constituinte, o militante número um e fundador do Partido Social Democrata apontou a necessidade de evolução e melhoria da Democracia portuguesa. Francisco Pinto Balsemão considerou a nossa Democracia um «edifício» que precisa de obras de remodelação, ampliações, novas canalizações, painéis solares no telhado e sistemas de acesso a futuras tecnologias.

«A democracia não pode ser apenas formal e política, só existindo se for económica, social e cultural», considerou Francisco Pinto Balsemão na conferência “40 Anos da Assembleia Constituinte”. No Porto, o fundador do PSD afirmou ser necessário, para revitalizar a Democracia, «pôr de lado a mentalidade conservadora dos detentores dos poderes de todos os signos» que não conseguem rever uma Constituição «desadequada da realidade» ou não conseguem produzir uma lei eleitoral que responsabilize os eleitos perante os seus eleitores.

Ainda assim, Francisco Pinto Balsemão denota que a Democracia «não está gasta, nem ultrapassada» e que é à nova geração de políticos que caberá assumir o futuro. «Quem tem menos de 40 anos tem de estar preparado para tomar os postos de comando, aliás quem acompanhou a comissão parlamentar de inquérito do BES concordará que existem hoje, em 2015, vários e várias jovens políticas com valor, garra e boa preparação», detalhou. A «velha história» de transformar todos os jovens que aspiram à política em «boys e girls» é um expediente para arrumar porque é uma tese sem sentido.

A «nova era da Democracia» deve distinguir o «essencial do acessório», apontou, acrescentando ainda que é preciso contar com “jovens e velhos” independentemente das suas escolhas ideológicas. O fundador do PSD defendeu ainda que é preciso introduzir novas modalidades da participação política dos cidadãos como forma de luta contra o abstencionismo.