Em memória da “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta” Secção Ocidental do Porto
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24 Fevereiro 2015
Distrito: Porto Autor: Alberto Araújo Lima
Muitos conhecem a SOP [Secção Ocidental do Porto]. Muitos mais do que possam imaginar.
De Norte a Sul do País a SOP marcou indelevelmente o PSD. Um pequeno conjunto de freguesias do Porto deu ao Partido líderes nacionais do PSD e da JSD. Vários presidentes de Câmara, no Porto e noutras cidades. Ministros e secretários de Estado, ainda hoje os tem. Deputados. Vereadores. Presidentes de Junta. Largas dezenas de membros de Assembleias Municipais e de Freguesia. Dirigentes associativos. Dirigentes estudantis. Cidadãos interessados. Com uma escola e tradição guerreira. Com ambição. Com competitividade. Com alma. Com génio, bom e mau. Com vigor e sagacidade. Maioritariamente com enorme desprendimento. Maioritariamente com amizade. Com quadros de valor no Partido, no País, na cidade do Porto, nas empresas, na vida. Com impacto nas vidas de muitos, mesmo que tal não tenham percebido.
Foi uma história erigida na primeira pessoa e em primeira instância, pelo nosso próprio fundador, Francisco Sá Carneiro. Além dos quadros de qualidade que sempre produziu, a SOP tem um registo idiossincrático, em que mais vale quebrar do que torcer, onde o cacique pode funcionar num prazo, mas não é para sempre. Onde a palavra, e o dom da palavra, se sobrepõe à boçalidade política, onde a irreverência vence a longo prazo, onde a mística totalmente intangível jamais será destruída, onde os interesses individuais retiraram força e protagonismo a quem deles abusou.
Esta “imagem” da SOP devia ser um guião para a reforma do PSD. Mas um guião que não ficasse na gaveta – como outros –, um que fosse a “bíblia” do Partido, a mensagem através da qual todos os que se juntassem a nós teriam de beber em primeira e última instância: Estamos aqui pelo TODO, não pelo um.
Poucos saberão que a SOP já não existe. Perdemos a sede de boas memórias em 2011. Recentemente o herdeiro da SOP, o Núcleo Ocidental do Porto, foi também reformulado em consequência da reforma de freguesias do Porto. Mas a SOP não morre! Como todas as grandes histórias, a SOP vive através das pessoas. Nas pessoas que a honram, que lembram os seus valores, que melhoram em função dos erros lá cometidos. Militantes, ex-militantes, cidadãos, mais ou menos políticos. A SOP não foi a melhor. Em algumas coisas até foi a pior. Foi, e portanto será, sempre, especial.
E é das suas ruínas, materiais e imateriais, que retiro muita da minha força e determinação para continuar a ajudar. Porque acredito em nós.
Viva a SOP!
Viva o PSD!
Viva o Porto!
Viva Portugal!
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