1988 e um tímido dirigente da JSD
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26 Outubro 2014
Distrito: Braga Autor: Luís Cirilo

1988 e um tímido dirigente da JSD

Algures em 1988, o PSD de Guimarães, ao tempo dirigido pelo então deputado José Mário Lemos Damião, realizou um plenário concelhio para o qual foi convidado o então presidente da JSD, Carlos Coelho, por esses dias de visita ao distrito de Braga.

No dia aprazado para o plenário (recordo-me que era uma sexta-feira mas não tenho a mínima ideia do mês nem para a estória importa), e uns quinze minutos antes da hora prevista, os dirigentes da concelhia de que fazia parte e eu próprio chegámos à sede. Já lá encontrámos Carlos Coelho, acompanhado por um dos seus vice-presidentes na JSD. Um jovem alto, magro, aloirado e dando a imagem de ser algo tímido, pelo menos nos primeiros contactos.

Lemos Damião e Carlos Coelho eram colegas no Parlamento e no meio de algumas brincadeiras em volta da pontualidade do segundo (famosa já nesse tempo) criou-se um ambiente de enorme descontracção em que o jovem vice-presidente da “jota” se integrou.

Entrados na sala do plenário, e enquanto Carlos Coelho se sentava na mesa da presidência dada a sua qualidade de orador convidado, o jovem vice-presidente sentou-se entre os membros da CPS e casualmente entre mim e um tradicional militante da secção chamado Laurentino Macedo conhecido pelo seu sentido de humor e permanente boa disposição.

A verdade é que, durante todo o plenário, deixada de lado a imagem inicial de timidez, o jovem vice-presidente se fartou de fazer perguntas acerca da secção, da distrital, do concelho e da sua realidade autárquica pontuadas com alguns comentários próprios sobre a política nacional ou a curiosidade sobre algumas intervenções dos militantes locais. Mostrando um interesse, uma curiosidade de saber e uma perspicácia invulgar e que recordo ainda hoje passados vinte e seis anos sobre a data.

No final do plenário, e já os dois dirigentes da JSD se tinham retirado, o militante Laurentino Macedo comentou comigo acerca do jovem vice-presidente da “jota”: «sim senhor... Este rapaz vai longe».

Foi.

É hoje primeiro-ministro de Portugal.

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