PPD marcha no 1º Maio de 1975
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01 Maio 2015
Distrito: Lisboa Autor: PSD
Depois de ter comemorado o Dia do Trabalhador em liberdade com os portugueses, logo após o 25 de Abril, o Partido Popular Democrático afasta polémicas e marcha até ao Estádio 1º de Maio em 1975.
A 29 de Abril, a Intersindical afirmava ao “O Século” que o Partido Popular Democrático não seria convidado para a manifestação que levaria os trabalhadores portugueses até ao Estádio 1º de Maio, poucos dias depois. Acusado de não defender os direitos dos trabalhadores, o PPD ficaria de fora das comemorações do 1º de Maio.
Na manhã de 1 de Maio, naquele ano de ’75, Rui Machete – então secretário-geral adjunto do Partido – fazia publicar no mesmo jornal o anúncio da presença do PPD na manifestação: «o 1º de Maio é, em Portugal, uma festa, uma festa de todos os trabalhadores portugueses e é simultaneamente uma festa da Revolução de 25 de Abril. Já o foi em 1974, devia sê-lo em 1975, e deverá continuar a sê-lo no futuro».
Como publicava o Povo Livre em reportagem sobre o 1º de Maio de 1975, Rui Machete defendia o Partido – «o PPD obteve cerca de um milhão e meio de votos do eleitorado português e, nesses votos, contam-se muito mais trabalhadores do que os de alguns partidos da coligação.»
A convocatória aos militantes tinha sido enviada e os social-democratas acorreram a apoiar o PPD e a juntar-se à festa do trabalhador. Como relata o Povo Livre na mesma edição histórica, os social-democratas começaram a encontrar-se à hora marcada, junto à Fábrica das Cervejas na Avenida Almirante Reis, acompanhados de «milhares de simpatizantes vindos de todos os pontos de Lisboa e da periferia». Com eles estavam algumas figuras do Partido: Magalhães Mota, Jorge Sá Borges, Rui Machete, Francisco Pinto Balsemão, Alexandre Bettencourt, Nuno Rodrigues dos Santos, José Manuel Ramos, Marcelo Rebelo de Sousa, Alfredo Morgado e Artur Cunha Leal.
O percurso não decorreu sem percalços e os militantes foram encontrando a oposição dos manifestantes de Esquerda durante o caminho. Primeiro, no Largo do Areeiro com uma tentativa de boicote pela Intersindical e pelo Partido Comunista Português. Eram mais de três mil pessoas com o PPD, «sob os aplausos e gritos de incitamento do povo que se aglomerava nos passeios e nas janelas dos prédios» da Avenida Gago Coutinho. Os social-democratas continuavam a marchar.
Na Avenida 28 de Janeiro, já perto do Estádio 1º de Maio, nova tentativa de boicote. Mas «ao insulto baixo e soez e à tentativa de agressão física respondiam os nossos militantes com palavras de ordem de Unidade e Vivas a Portugal, MFA e PPD», descreve-se no Povo Livre.
Lê-se ainda: «E foi, de novo, sob vibrantes aplausos e incitamentos que os nossos militantes percorreram as Avenidas de Roma e João XXI, Campo Pequeno, Avenida Defensores de Chaves, Praça da Estefânia e Praça José Fontana onde se realizou um Comício durante o qual usaram da palavra Magalhães Mota e Francisco Pinto Balsemão que agradeceram o militantismo dos milhares de manifestantes; lamentaram o sectarismo daqueles que dividem o Trabalhador e salientaram ainda que o desfile dessa tarde demonstrou de modo significativo a implantação popular e a força mobilizadora do nosso Partido.»
Naquele 1º de Maio de 1975, os social-democratas estiveram com os trabalhadores portugueses, apesar da pressão e oposição encontrada nas ruas de Lisboa. Foi também nessas ruas que o Partido Popular Democrático se afirmou, nos tempos do PREC, ponto de encontro com os interesses dos trabalhadores, ponto de união pela defesa dos portugueses.
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